Conheci
a Rua Ramalhete com suas imponentes casas jardinadas com várias espécies de
flores de todas as cores, que bem sintonizavam com o nome desta. Curiosamente nesta
rua havia um destroço de família composta de uma mãe e uma pequena menina, que
mendigavam ali pela generosidade daquelas pessoas ricas residentes.
Mas
o que se via era bem diferente, pois as pessoas saiam com seus carros com
vidros escuros e fechados, alguns inclusive blindados, o temor da violência
urbana. Eram praticamente invisíveis aos olhos dos pedintes. Algumas casas
tinham segurança para abrir e fechar seus portões. Era visível o encontro das
invisibilidades na Rua Ramalhete.
Numa
manhã fria uma moradora viu a menininha encantada com as flores, que pendiam e
caiam dos muros. Ela catava flores, enfeitava os cabelos da mãe e o seu. Comovida
com a cena, ela pediu ao jardineiro para fazer um ramalhete e o levou até a
assustada menininha, que ao receber as flores, abriu um sorriso, deixando brotar
duas gotas de lagrimas, que rolaram no rosto encardido até o canto da boca.
Emocionada a velha senhora tirou um lenço do bolso do vestido e secou a lagrima
que brotou em seus olhos, depois o levou aos olhos da menininha e seco os
caminhos das lagrimas, sob o olhar tenso e terno da mãe.
O
que se sabe, é que depois deste dia numa reunião com os vizinhos, a velha
senhora conseguiu com um dos moradores uma ocupação na chácara de um dos
vizinhos, onde esta mãe e filha moram, a mãe cuida da horta domestica e do
jardim e a menina frequenta a escolinha local e que adora desenhar flores com
uma mão segurando um molho de flores sob um facho de luz.
Toninho.
05/10/2017
Participação na BC_botando a cabeça para funcionar, projeto da Chica e do neto Neno confira e participe no link chicabrincadepoesia ou acesse o link e deixe uma mensagem de sua leitura da imagem.
Outras poesias: mineirinho-passaredo.blogspot.com.br/
Puxa, que beleza. Toninho! Bem emocionante teu conto. Que final feliz tiveram essa mãe e filhinha. Que bom se assim pudesse acontecer e a gentileza não ficasse apenas para alguns reservada! ADOREI! E trouxeste bem a realidade onde todos temos medo tanto que nem dos deixa tantas vezes ao outro ver! abração, levei o link!Obrigadão! chica
ResponderExcluirBoa tarde Toninho,
ResponderExcluirFiquei emocionada com esta história.
Muitíssimo inspirada e quanta verdade.
Felizmente que teve um final feliz e quantos deveriam proceder assim como a velha senhora.
A sensibilidade e amor pelos outros ainda vão coexistindo.
Um beijinho e continuação de uma lindo dia.
Ailime
Li seus comentários em blog amigo e vim conhecer seu blog. amei e já estou seguindo com o blog da biblioteca em que trabalho. Seja bem vindo a conhecer e seguir se gostar. Tenha uma tarde feliz. Abraços
ResponderExcluirQue texto mais lindo e emocionante! Nos leva às lágrimas! Quantas mãe acompanhadas de suas filhas desejam uma oportunidade de ter um lar, mesmo em simplicidade, mas ter essa segurança, proporcionar educação para seus filhos e, infelizmente o mundo olha indiferente para essas pessoas, julgando-as como se fossem vagabundas, sem valor, sem rumo, preguiçosas e por aí vai e desigualdade crescendo junto com o egoísmo e outros contra valores que afasta as pessoas. O conto é uma lição de vida para todos nós.
ResponderExcluirBeijos carinhosos!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi, Toninho... Uma inspiração criativa e com grande lição. Precisamos ajudar o próximo. Muitas vezes, confesso, que tenho medo de abrir a porta para ajudar ou doar algo. Fazia muito isso, agora evito o máximo. Entretanto, há muitas formas de abençoar, estender a mão...
ResponderExcluirAbraço
Caro amigo
ResponderExcluirNuma envolvente história você teceu a teia do amor revelada no simples gesto de uma inocente a enfeitar-se com as flores quase sem vida da trepadeira que contornou os obstáculos para se tornar o elo de afetividade entre seres verdadeiramente humanos e solidários. Uma inspiração magistral meu amigo. Parabéns
Beijos e muita luz
Comovente! Do jeito que ando, tão emotiva.... Sua inspiração pareceu-me um filme! Vi a tristeza da mãe, a pureza da menina e por último ambas na chácara vivendo a vida, felizes. Gosto assim de fianal feliz, assim como devemos ser! Beijos!
ResponderExcluirPoxa Toninho, tu tens o dom da palavra,a inspiração circula em tuas veias, que conto bem elaborado esbanjando emoções e também realidade tão comum principalmente nas grandes cidades. Eu aplaudo de pé seu talento poético amigo, sua verve é por demais admirável!
ResponderExcluirDia azul te desejo amigão!
Bjs no core! Paz e Bem!
Ai Toninho!!!! Como você é inspirado amigo!!! Que história linda linda linda... Sensibilidade à flor da pele.. Ah se todos fossem simples como essa menininha e todos fossem bondosos como essa senhora.. não tenho dúvida que o mundo seria muito melhor!
ResponderExcluirObrigada pela linda história!
Beijos doces no coração
Tê e Maria ♥
Que terno e delicado teu texto que externa o quanto é importante estar atento ao mundo, à natureza, ao olhar amoroso
ResponderExcluirQue leitura fantástica que acabei de fazer!
ResponderExcluirAdoro o som ... bj
Lindo conto que nos presenteia com o rompimento da invisibilidade por um ato de generosidade e solidariedade. Parabéns, bjs
ResponderExcluirParticipando em atraso.
Fiquei encantada com a sua história, Toninho. Linda demais! Que todas as histórias tivessem um final assim feliz.
ResponderExcluirBjo e bom fim de semana!