segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Era uma vez... Um padre durão.


 
O Blog pensando em família da querida Norma está completando 6 anos e ela criou uma BC_era uma vez para que cada participante contasse um trecho de sua historia de vida e se possível ilustrasse com uma foto da época. Minha participação está aqui e no blog Mineirinho confiram e veja outras participações aqui/pensandoemfamilia.

Era uma vez um menino traquina, que viveu no interior das Minas Gerais na pequena Itabira. Vivia com liberdade de brincar, caçar passarinhos. Era exímio jogador de bola e todos o queriam nos seus times quando da escolha no par ou impar. Seus pais eram religiosos e já se preocupavam com o catecismo para a primeira comunhão. Mas ele queria apenas suas pernas soltas pelo mundo.

Mas eis que chegou a hora. Não teve como escapar e para o encontro com as irmãs de caridade que ele chamava de andorinhas devido o habito preto e branco que usavam. As andorinhas viviam nos adros das igrejas e torres. O menino não matava andorinhas, por medo do padre que mandava na cidade como o delegado de policia.

Quando aproximou a grande festa da primeira comunhão, os meninos foram para a primeira confissão com o padre José Lopão. Os pecados eram articulados e decorados por eles, como: não roubar, não falar palavrão, respeitar pai e mãe e os mais velhos, ir à missa aos domingos. Mas no grupo tinha um menino zoado e justamente ele foi o primeiro a confessar. Tensão total na igreja. Ele ficou de pé no confessionário e o padre já se irritou com ele em voz alta, medo geral e sorriso amarelo.

De repente o padre começou a gritar, rogando praga contra o menino. Ai o padre gritou que ele era um capeta e que iria para o inferno, montado nas costas de sua mãe, que não lhe aplicava um corretivo. Foi um corre-corre entre os bancos da igreja, porque os pecados eram todos iguais e decorados. Qual destes pecados o menino zoado teria dito? Só sei que o menino fugiu da igreja como um raio pelas ruas de pedra.

Quando de volta às suas casas os meninos encontraram o menino zoado próximo de um parque ainda de olhos arregalados e todos quiseram saber que pecado ele havia errado e na sua simplicidade ele disse:
“Eu disse ao padre, que quando minha mãe mandava fazer alguma coisa não fazia e ainda sapateava para ela.”

Foi uma gargalhada geral, pois todos sabiam desta pirraça e arte do menino com a mãe. Hoje quando se encontram, com gargalhadas eles sempre lembram o falecido padre Lopão aos gritos e a correria do menino. Por muito tempo eu guardei o segredo do menino, pois ele era meu primo irmão adotivo.

Toninho

Agosto/2015
***************************************************************
Tem outra historia lá : mineirinho

12 comentários:

  1. Ha! Ha! ótima essa, mas feio o padre! Muito bem! Amei sua história! Beijos e uma linda semana!

    ResponderExcluir
  2. Boa tarde Toninho, muito boa e bem humorada esta história!
    Deu até para imaginar o Pe. Lopão aos gritos e de braços no ar;))!!
    Um história hilariante e bem demonstrativa de como nos era ministrada a religião há uns anos atrás.
    Adorei!
    Um beijinho,
    Ailime

    ResponderExcluir
  3. rssssssss..Adorei! Cada uma ! E que padre esse!!! Credo! Boas risadas valeu! abração,chica

    ResponderExcluir
  4. Muito engraçada e a forma contada dá para imaginar a cena.,rs,rs, Agradecimentos duplo pela participação e diversão. bjs

    ResponderExcluir
  5. Oi Toninho! Estou sumida do blog, mas já já volto. E aproveitando a minha volta, vim visitar os amigos!

    Ri muito aqui com a sua história, ainda mais que os padres antigos era linha dura e sistemática! kkkkkkkkkkk

    Beijos!

    ResponderExcluir
  6. Olá, Tonin!
    Padre "Loucão", isso sim. O que visitava a região rural onde eu vivia era bonzinho, jogava bala prá criançada.

    Tão bonitinha sua foto de criança!

    Um abraço

    ResponderExcluir
  7. Toninho,

    Ameu sua história de infância, amigo!
    Que padre, hein? Quem será que era o capeta? KKK
    Você estava muito elegante na foto, viu?
    Cheio de charme, eu diria.
    Já fiquei por aqui...

    Bjksss saudosistas

    ResponderExcluir
  8. Toninho,

    Ameu sua história de infância, amigo!
    Que padre, hein? Quem será que era o capeta? KKK
    Você estava muito elegante na foto, viu?
    Cheio de charme, eu diria.
    Já fiquei por aqui...

    Bjksss saudosistas

    ResponderExcluir
  9. Oi Toninho, que história de novela.. rs... Imagine o Padre correndo hihihi.
    Esse texto deveria ser complemento no título com .. e o menino traquino..rs
    Adorei!!!

    Essa do sapateado foi ótima e a gente não tira da lembrança...

    Linda foto.. e a música é uma das minhas preferidas que adoro cantar... Sempre haverá um menino, um moleque quando a bruxa assombrar..

    Beijão!!!

    ResponderExcluir
  10. Oi Toninho! Uma riqueza de história contada aqui através da sua participação! Engraçada e ao mesmo tempo séria ao nos mostrar a rigidez dos tempos passados. Ainda bem que as doutrinas religiosas tem mudado e melhorado um pouco. Abraço! Renata

    ResponderExcluir
  11. Boa noite, Toninho
    Muito bem escrita sua história.
    Me diverti lendo.
    Um forte abraço de
    Verena e Bichinhos

    ResponderExcluir
  12. Boa noite, Toninho.
    Que padre era esse?
    Está certo que devemos respeito à nossa mãe, contudo, ele exagerou, rs.
    Tadinho do seu primo-irmao.
    Adorei.
    Ah, você já gostava de esporte e sempre foi um passaro desde cedo!
    Beijos na alma.

    ResponderExcluir

Grato pela leitura e comentário isto me incentiva.
Alguma dificuldade aqui favor deixar comentários.
Meu outro blog http://mineirinho-passaredo.blogspot.com.br/

Toninho.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...