Jubiabá
velho baba orixá e capitão de exército em Salvador afirmava que o homem tinha dois
olhares, um que enxergava e outro que via. Um que era o olho da maldade e outro
o olho da piedade e que tinha que ter, olhos bem grandes para sobreviver. Era
como lei para ele. Se o homem perdesse o olho da maldade, o homem sofria sem
entender as ruindades do mundo que seu olho bom viria ver. Mas se perdesse o
olho da piedade, ele iria fazer sofrer, magoar e ferir sem refletir e bem cedo desencarnaria a subir.
Então
olho para esta linda e deliciosa figura do doce e penso como seria maravilhoso
se todos tivessem um olhar doce para com o outro e que assim o olhar da piedade
sobrepusesse sobre o da maldade. Por certo estaríamos na vida utópica da
igualdade da fraternidade ideal, um mundo real de irmão, que se completam e
cooperam continuamente.
Mas
o que se vê por aí, são olhares ditos seca pimenteiras de gente do mal, que se
personificam em verdadeiros demônios da vida alheia, causadores do desassossego
e depressão que tem levado pessoas do bem às mais estranhas reações de
isolamento e pulverização de ódio que nasce entre familiares e explode pelas
ruas.
Precisamos
dos olhares doces, que enxerguem muito além dos rótulos, além da extirpe das
pessoas, que se encantem com as delicadezas da natureza, que saibam extrair da
simplicidade os mais belos valores para se viver bem e em comunhão com todos os
reinos da natureza. Um olhar que se volte para os céus e veja os olhos do
Criador e se espelhando faça de sua vida e da do próximo um mar cheio de ondas que
se elevem, mas que sejam leves e serenas, onde se possa surfar de mãos dadas e
se um cair que todos caiam nas águas na mais linda solidariedade e que saiam
abraçados pela areia da praia cantando um lindo hino de amor e paz. Que bom
seria uma cena assim ao som do vento que canta para o mar.
Toninho.
15/03/2017
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